Há um sistema que nos leva a servir ao dinheiro, ao poder e ao instinto que existe em nós (devido ao pecado original) de viver a concupiscência dos olhos, a ganância da vida. Existe em nós um desejo de possuir, de mandar, de ter cargos, posições, autoridade, poder. É uma inclinação muito forte que provém do pecado original: o possuir, o poder, o prazer e o parecer, que podemos nominar como os quatro “pés”.
O primeiro é possuir: ter as coisas. Esse possuir nos leva a uma sede insaciável de poder. Desde os grandes até os pequenos poderes da sociedade: comandar nosso “cantinho”, nosso departamento, nosso serviço, nossa mesa, acreditando que aquilo é nossa posse, nosso território, nosso reino.
Se não podemos mandar em grandes coisas, mandamos em nosso "cantinho" e ninguém pode entrar em nosso território. Esse é o princípio do mundo. O príncipe deste mundo é assim e acabou nos contaminando.
Esses dois pecados nos levam ao terceiro, que é o prazer. O tentador nos derruba no prazer da sexualidade. Nesse campo ele tem liberdade e age muito bem; sabe como tramar. E por que ele age assim? Para optarmos pelo seu sistema.
E existe um quarto pecado [dentre os ''pês''], o mais tolo, que usamos como válvula de escape: é o parecer. Muitas vezes, não conseguimos possuir tudo aquilo que gostaríamos, nem temos o poder e o prazer que nossa concupiscência queria. Então usamos a “muleta” do parecer.
Temos mil estratégias para parecer diante de todo o mundo: usamos uma máscara a fim de parecer diante de todo o mundo que possuímos coisas, que temos poder e autoridade, etc.. É como um rico que já deixou de ser rico há muito tempo, mas ainda ostenta aquela posição; não tem mais nada, só dívidas...
É necessário fazer o que Jesus nos diz: não dá para servir a dois senhores, a dois sistemas. Temos de odiar um deles, e odiar quer dizer: não querer saber, de jeito nenhum, do sistema do mundo! Odiar o sistema do mundo para poder, realmente, amar o sistema de Deus e se entregar a ele de coração. Quem procura agradar aos dois, acaba sendo vítima.
(Trecho do livro "Considerai como crescem os lírios" de Monsenhor Jonas Abib)
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